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Fertilizante a partir de resíduos de couro

Fertilizante a partir de resíduos de couro

Jovem é premiado por criar fertilizante a partir de resíduos de couro em SP. O adubo é livre de substâncias tóxicas, mais barato e eficiente na lavoura.

Um jovem de 17 anos foi premiado pelo Conselho Regional de Química do Estado de São Paulo após desenvolver um fertilizante a partir de resíduos de couro. Alexandre Migliorini é estudante de agropecuária na Escola Técnica Estadual Professor Carmelino Corrêa Junior, em Franca (SP), e pesquisou o tema por dois anos até chegar aos resultados.

O adubo produzido em laboratório é livre de susbtâncias tóxicas e, segundo Migliorini, o custo de produção chega a ser 10 vezes menor, se comparado aos fertilizantes convencionais. Além disso, o uso do produto na lavoura também se mostrou mais eficiente, uma vez que as plantas se desenvolveram em tempo menor em relação ao cultivo com adubo tradicional. Migliorini conta que a pesquisa partiu da busca pela redução dos impactos ambientais causados pelo descarte dos resíduos de couro na natureza. Pólo calçadista brasileiro, Franca deposita cerca de 218 toneladas do material em aterro sanitário todos os dias.

"Os produtos são prejudiciais porque contém contaminantes. A água da chuva causa um processo chamado lixiviação, que é a infiltração dessa água. Em contato com o resíduo do couro, pode gerar danos a àgua subterrânea", explica.

A produção dos fertilizantes em laboratório é feita a partir da mistura dos resíduos de couro com produtos químicos, responsáveis por separar a matéria orgânica dos componentes tóxicos."O preparo é feito com enzimas específicas e, a partir delas, temos um agregado de massa e líquido. Separamos ambos por um processo de decantação e assim obtemos o produto", diz o estudante, que já busca parcerias para produzir os fertilizantes em escala industrial.O produto criado no processo contém mais nitrogênio que os fertilizantes tradicionais, o que gerou resultados expresivos na lavoura, segundo Migliorini.

Em plantações de café, por exemplo, o tempo de colheita da primeira safra caiu de três para dois anos e meio. Segundo a orientadora da pesquisa, a professora Joana D'arc Felix de Souza, a liberação lenta do nitrogênio é responsável pelo desenvolvimento mais eficiente. "Isso melhora a planta, acelera o crescimento, e com a vantagem do cultivo com menor número de adubação", afirma. A professora também destaca o baixo custo de produção dos fertilizantes obtidos através dos resíduos de couro. "Enquanto os fertilizantes [comuns] custam de R$ 1,40 a R$ 1,50 o quilo, esses fertilizantes são extraídos a um custo de R$ 0,12 a R$ 0,15 o quilo", diz. A expectativa é de que em até 60 dias a Etec feche contrato com empresas do setor calçadista para a transferência da tecnologia. Assim, os fertilizantes poderão ser produzidos em escala industrial.

Fonte: http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2015/08/jovem-e-premiado-por-criar-fertilizante-partir-de-residuos-de-couro-em-sp.html 

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